terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

EDUCAÇÃO

Portugal com 4ª maior taxa de abandono escolar precoce da UE, mas a melhorar


Em 2014, Portugal registou a maior taxa de abandono escolar precoce da União Europeia. Contudo, também nesse ano, o indicador teve a sua maior redução desde 2006, diz a Eurostat.
Portugal, com 17,4%, tinha em 2014 a quarta maior taxa de abandono escolar precoce da União Europeia (UE), mas com a maior redução face a 2006, divulga o Eurostat esta segunda-feia.
Segundo o gabinete oficial de estatísticas da UE, a Espanha (21,9%) é o Estado-membro com piores resultados no que se refere à taxa de abandono escolar precoce, seguindo-se Malta (20,4%), Roménia (18,1%), Portugal (17,4%) e Itália (15%).
Segundo o Eurostat, Portugal foi o país que mais reduziu o indicador, sendo que os 17,4% do ano passado são menos de metade dos 38,5% de 2006.
O objetivo nacional português é de ter um máximo de 10% de abandono escolar precoce, o mesmo que o da UE.
No extremo oposto – com as menores percentagens de estudantes que abandonam prematuramente os estudos – estão a Croácia (2,7%), a Eslovénia (4,4%), a Polónia (5,4%), a República Checa (5,5,%) e a Lituânia (5,9%).
A média da UE era, também o ano passado de 11,1%, que compara com os 15,3% de 2006.
Em geral, são mais os rapazes que as raparigas que abandonam precocemente os estudos, tendo, no ano passado, a proporção em Portugal sido de 20,7% face a 14,1% (12,7% de homens e 9,5% de mulheres, na média europeia).
A única exceção a esta tendência verifica-se na Bulgária por uma décima: 12,8% de homens contra 12,9% de mulheres que em 2014 abandonaram precocemente os estudos.
Quinze Estados-membros atingiram já os objetivos nacionais para 2020 neste indicador: a República Checa, a Dinamarca, a Alemanha, a Grécia, a França, a Croácia, a Itália, Chipre, a Letónia, a Lituânia, o Luxemburgo, a Áustria, a Eslovénia e a Suécia.
Outro objetivo definido no âmbito da estratégia da UE para o emprego e crescimento Europa 2020 é a do aumento do número de licenciados.
Portugal teve, no ano passado, 31,1% de pessoas entre os 30 e os 34 anos que terminaram com sucesso o ensino superior, que compara com 12,9% de 2002 e 30% de 2013.
A média da UE para este indicador é de 37,9%, face aos 23,6% de 2002 e aos 37,1% de 2103.
O objetivo nacional para 2020 é de 40%, o mesmo que o da média da UE.
Em 2014, mais de metade da população entre os 30 e os 34 anos concluiu o ensino superior na Lituânia (53,3%), no Luxemburgo (52,7%), em Chipre (52,5% e na Irlanda (52,2%).
No outro extremo da tabela estão a Itália (23,9%), a Roménia (25%), Malta (26,6%), a Eslováquia (26,9%) e a República Checa (28,2%).
Doze Estados-membros já atingiram os seus objetivos nacionais para este indicador: Dinamarca, Estónia, Grécia, Chipre, Letónia, Lituânia, Hungria, Holanda, Áustria, Eslovénia, Finlândia e Suécia.

http://observador.pt/2015/04/20/portugal-4a-maior-taxa-abadono-escolar-precoce-da-ue-melhorar/

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Crianças portuguesas são as que passam mais tempo na escola

Relatório da UNESCO revela que os menores passam 850 a mil horas por ano dentro das salas.

Os alunos portugueses até ao sexto ano são os que permanecem mais tempo na escola - cerca de mil horas por ano -, segundo o relatório da UNESCO, divulgado hoje, que faz uma comparação entre os países da OCDE. 

No capítulo dedicado à qualidade da educação, a UNESCO recorda as recomendações feitas aos países da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), para que as escolas de ensino primário (que a UNESCO define como "primary schools" e que, para o sistema português, inclui os seis primeiros anos de escolaridade) funcionassem entre 850 a mil horas por ano, ou cerca de 200 dias por ano, com semanas de aulas de cinco dias. 

Dados do ano passado revelam que os alunos portugueses, entre os estudantes dos países da OCDE, são os que permanecem mais tempo na escola: cerca de mil horas por semana, lê-se no item intitulado «Fazendo com que todos os minutos dentro da sala de aula contem». 

As escolas dos países da OCDE funcionam, em média, cerca de 800 horas por ano e os alunos húngaros são os que ali permanecem menos tempo (menos de 700 horas anuais). Já os alunos portugueses surgem ao lado dos chilenos, como os que permanecem mais tempo nas escolas. 

Portugal surge ainda entre os 37 países que aumentaram as despesas com a educação pré-primária, no que toca à percentagem do PIB entre 1999 e 2012, segundo o relatório que sublinha que a percentagem ainda é pequena. 

Segundo o relatório «Education for All», que avalia o progresso na educação entre 2000 e 2015, Portugal é um dos países onde se registou um aumento do número de anos que as crianças passaram na pré-primária, passando de cerca de dois anos, em 1999, para quase 2,5 anos, em 2012. 

Portugal surge também como um dos países onde a percentagem de estabelecimentos de ensino privado diminuíram percentualmente em relação ao ensino público: o setor privado representava cerca de metade da oferta em 1999 e, em 2012, passou para pouco mais de 40%. 

O relatório lembra que antes do ensino primário, os professores são normalmente mulheres e os salários são mais baixos do que nos restantes níveis de ensino, apontando Portugal como um dos países que está a trabalhar para acabar com essa desigualdade.
«Austrália, Nova Zelândia, Portugal e o Reino Unido estão a dar passos no sentido de atingir a paridade entre os professores de todos os níveis» de ensino, lê-se no documento.

Sobre a educação inclusiva e a deficiência, o relatório aponta Portugal como um dos países que incentiva a educação inclusiva, contrariamente a países como a Alemanha ou a Bélgica, que ainda contam com infraestruturas de educação especial. 

No que toca ao ensino secundário técnico e profissional, Portugal surge entre os doze países onde o número de alunos matriculados nestes cursos mais aumentou entre 1999 e 2012

Portugal e a Islândia surgem como os dois países da OCDE onde existe uma maior diferença de género, no que toca à conclusão atempada do ensino secundário: as meninas superaram os rapazes em mais de 20%

Sobre essa matéria, o país é também dado como exemplo no que diz respeito aos professores, referindo a elevada presença de mulheres entre a classe docente e a prevalência de homens em cargos de direção das escolas: menos de um terço dos docentes do ensino secundário são homens, mas 61% dos cargos de direção são ocupados por eles

A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) desenvolveu um índice composto para avaliar o progresso dos países na educação, denominado EDI, segundo o qual Portugal integra a lista de 57 países com um elevado nível de desenvolvimento, ocupando o 33.º posto, ficando à frente dos Estados Unidos, Israel, Grécia e Chile e Coreia do Sul. 

O índice pretendia avaliar os 207 países, mas, por dificuldades na recolha de dados, abrange apenas 113.

http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/unesco/criancas-portuguesas-sao-as-que-passam-mais-tempo-na-escola

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Quer um filho mais atento ao mundo? Dê-lhe livros


Uma das maiores e mais prestigiadas ilustradoras dos últimos tempos, a checa Eva Pekárková, resume o valor do livro ilustrado numa frase só. Diz ela que "um livro ilustrado é primeira galeria de arte que uma criança vê". De facto é assim. Mas é ainda muito mais. A ilustração é apelativa por natureza. E é por isso a primeira aproximação da criança ao livro, à história, à fruição e à arte. Nesse sentido funciona como um meio absolutamente livre e de acesso fácil capaz de trabalhar como nenhum outro objeto a educação do gosto.
Num sentido ainda mais lato, a ilustração infantil é uma plataforma essencial para o desenvolvimento da criança, quer em termos cognitivos, quer no que respeita à sua adesão à leitura e à descoberta. É fundamental também para a criação de uma base cultural mais sólida e de um apetite pelo conhecimento.
"A ilustração para a infância tem um papel fundamental na educação do olhar. Se as habituarmos a ver boas imagens, serão adultos com um olhar mais culto", diz Eduardo Filipe, há anos um dos comissários da Ilustrarte, com Ju Godinho.

OS BONECOS QUE NOS MARCARAM

Já vai mais longe e passa à história da ilustração, ou mais precisamente à história dos livros infantis ilustrados: "Os livros ilustrados são chamativos e oferecem à criança duas leituras. Uma é a da história propriamente dita, outra é uma leitura visual dessa mesma história, o que em determinados livros se torna primordial." Vejam-se aqui os exemplos de livros como "O Principezinho", de Antoine de Saint-Exupéry, ou "Alice no País das Maravilhas", de Lewis Carroll, e perceba-se como mais do que tudo são as imagens gravadas na nossa memória que nos fazem lembrar o enredo.
Há modelos mais corriqueiros mas que também fixamos. Os livros da Anita por exemplo, também têm uma imagem de marca, mas são muito mais ligeiros. E por aí fora... "Acho que as crianças têm que ver tudo, ou seja, não deve haver limitações à leitura de diferentes tipos de ilustração, mesmo daquelas que fogem à regra que a Disney praticamente implantou. Há pais que o fazem. Filmes da Disney ou são bons ou são comerciais de mais," adverte Ju Godinho. "Oferecer aos mais pequenos ilustrações variadas é mais racional. Tudo faz parte da formação do gosto. Não nos fez mal ver os livros da Anita, nem da Disney", continua Eduardo Filipe.
Para os dois especialistas em ilustração infantil é de bom senso ver tudo. "Isso aplica-se a qualquer arte. Na música é igual. A criança tem que ser exposta aos mais variados tipos de música. Se só ouvir música pimba, será um jovem adulto que só gosta de música pimba. Tem que se educar naturalmente o gosto, e provavelmente mais tarde ela fará uma escolha." Por que não deixar uma filha ter barbies ou não ter jogos de computador?, questionam. "Tudo faz parte do crescimento e em doses q.b."

A ERA DA IMAGEM

Num tempo em que a leitura está a cair em desuso, em que os tablets e os smatphones tomam o lugar do livro, sabemos que só em certos núcleos familiares, e com algum esforço, eles se tornam um hábito. O que é preciso então para que a ilustração infantil consiga agarrar a criança? "Estamos na era da imagem, sim, a história passou de facto a ser minorada, mas, pelo contrário, a ilustração passou a ter um papel ainda mais decisivo e utilitário." É ela, acreditam Eduardo Filipe e Ju Godinho, que ajuda ainda mais à paixão pelo livro.
E aqui entenda-se o livro como objeto. Livros de autores, livros muito particulares, que levam os pais tantas vezes a perguntar se serão mesmo livros para crianças, pois não os entendem. Estão sempre à espera de modelos mais infantilizados. Só as crianças é que não. "É de criação pura que se trata", diz Eduardo. "E para ela as crianças têm as suas referências muito presentes, através de jogos e brinquedos que têm - e nenhuma imagem as choca. Estão mais abertas e menos condicionadas."

O ANTES E O DEPOIS DA ILUSTRAÇÃO

A evolução na ilustração para a infância deu um salto gigantesco. "Há 20 anos usava-se muito o deformado, imagens deformadas. Agora está a reaparecer o estilizado, a linha, o desenho pela linha, onde nem há o colorido. A gravura está na moda, quer a verdadeira, quer a digital. Isto do ponto de vista da técnica. Quanto às cores, elas são diretas, primárias, não há espaço para matizes", explicam. O que significa que o desenho é mais conceptual, mais depurado do que aquela fantasia a que estávamos habituados.
A casa também está na moda, não será por acaso. O arquétipo de casa é o primeiro desenho que a criança faz: um quadrado com o triângulo e a chaminé. Depois vem a árvore, o sol, flor, a nuvem, o mar, a figura humana.
http://expresso.sapo.pt/sociedade/2016-02-06-Quer-um-filho-mais-atento-ao-mundo--De-lhe-livros


Inclusão social

                        Inclusão social  nclusão social  é o conjunto de meios e ações que combatem a exclusão aos benefícios da  vida  em  ...