segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Centros de formação, que pretendem aumentar a escolaridade dos adultos portugueses, passar-se-ão a chamar "Qualifica"
O Governo vai aumentar a oferta de centros de formação para adultos, passando dos atuais 240 para 300 dentro de dois anos, tendo como meta conseguir que metade da população ativa consiga concluir o ensino secundário.
Aumentar a escolaridade dos adultos que deixaram a escola antes do tempo é um projeto conjunto dos ministérios da Educação e do Trabalho e Solidariedade Social, que hoje apresentaram o novo programa destinado a aumentar o número de centros de formação e que mudaram de nome: agora chamam-se "Centro Qualifica".
"Portugal tem uma das populações ativas com menos qualificações", sublinhou o secretário de estado da Educação, João Costa, lembrando que existem três milhões de adultos que não concluíram o ensino secundário e que "não são apenas adultos em idade avançada, também existem muitos jovens adultos que, há 15 anos, deixaram a escola".
No início deste século, quase metade dos alunos abandonou a escola antes de concluir o 9.º ano e esses ex-estudantes são agora jovens adultos de "vinte e tal anos ou trinta e pouco", acrescentou.
É para todos os que não tiveram oportunidade de estudar que o executivo vai lançar em setembro um concurso para abrir, até ao final do ano, 30 Centros Qualifica e outros 32 em 2017.
O programa é para quem tem 18 ou mais anos, mas o secretário de estado sublinha que excecionalmente pode ser uma solução para os jovens que não se encontram a estudar nem a trabalhar.
Com o alargamento da rede, o projeto deverá conseguir atrair mais alunos, contrariando a tendência registada nos últimos anos.
"O que assistimos nos últimos anos foi um desinvestimento muito grande na educação e formação de adultos, quer pelo desmantelar de centros especializados nesta área, com uma redução de quase 50% dos centros, com lacunas na cobertura territorial, mas também com uma quebra muito grande de alunos que estão a participar em processos de aprendizagem ao longo da vida", lamentou João Costa.
No ano letivo de 2013/2014 havia menos 87% de adultos inscritos para ter equivalência ao ensino secundário em relação à situação registada cinco anos antes.
As equivalências de formação também diminuíram brutalmente: em 2010, conseguiram a equivalência ao ensino básico e secundário 106.053 pessoas, enquanto no ano passado foram apenas 2.662 pessoas.
"Queremos combater os baixos níveis de atividade que tiveram nos últimos anos", acrescentou o secretário de estado do Trabalho, Miguel Cabrita.
O executivo quer equipas permanentes e mudanças nas formações que vão ser uma fusão entre o reconhecimento e validação das competências que as pessoas foram adquirindo ao longo dos anos em complemento com a formação adequada às necessidades de cada aluno.
O secretário de estado da educação deu como exemplo um aluno que não terminou o secundário porque lhe faltava a disciplina de alemão poderá agora conseguir essa certificação, mas fazendo outros módulos.
Outra novidade destes centros é a criação de um "Passaporte Qualifica", onde fica registado todo o percurso do aluno, numa lógica de currículo.
A Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional (ANQEP) vai divulgar a rede de necessidades do país e lançar um concurso para quem quiser abrir um Centro Qualifica.
Segundo um estudo feito pela ANQEP à atual rede de centros, as zonas críticas são "o interior norte e o interior centro, onde a população não tem uma resposta", disse o presidente Gonçalo Xufre, acrescentando que existem ainda outras regiões do país "onde a cobertura não é a mais adequada, porque a distribuição não era a ideal ou zonas com uma densidade urbana onde não se conseguiu ter um centro".
Segundo João Costa, o país tem uma rede nacional de centros muito desequilibrada.
"Os atuais CQEP podem constituir-se em Centros Qualifica", sublinhou o secretário de estado Miguel Cabrita, indicando que o atual executivo "não quer cometer o erro do passado de desmantelar o que já existe e começar tudo do zero".
O novo concurso para os Centros Qualifica (18 meses, de janeiro de 2017 a junho de 2018) terá um financiamento de cerca de 50 milhões de euros.
http://www.dn.pt/sociedade/interior/numero-de-centros-de-formacao-para-adultos-vai-aumentar-5343158.html

domingo, 10 de julho de 2016

sábado, 18 de junho de 2016

domingo, 22 de maio de 2016

António Guterres destaca “papel da educação como fundamental para Portugal”

António Guterres, ex-primeiro ministro, foi esta manhã doutorado 'honoris causa' pela Universidade de Coimbra, num dia que ficaria marcado na cidade dos estudantes pelos protestos com que pais e encarregados de educação dos colégios privados fizeram ouvir os seus protestos à entrada e à saída da cerimónia, com apupos direccionados para o primeiro-ministro, António Costa. 
Guterres não se quis intrometer na polémica mas enalteceu “o papel da educação como fundamental para Portugal”, segundo noticia a TSF.
O ex-alto comissário para os refugiados mostrou-se”agradado com a distinção e com tudo o que recebeu na vida”. Sobre a sua candidatura a secretário geral da ONU Guterres reconheceu que é “difícil” mas mostrou-se satisfeito com o facto de “não suscitar reacções negativas”.
O Presidente da República que também esteve presente na cerimónia enalteceu o espirito de Guterres e frisou que “foi o primeiro-ministro mais amado de Portgual quase nunca teve oposição”. Sobre as manifestações – três durante o fim de semana que visam o primeiro-ministro, Marcelo apelou ao “diálogo” e mostrou-se “esperançado num entendimento”:
Já Sandra Strech, porta-voz dos colégios privados de Coimbra, foi recebida pelo primeiro-ministro e anunciou ter recebido a indicação de que "o Governo vai analisar caso a caso a situação dos colégios".
http://economico.sapo.pt/noticias/antonio-guterres-destaca-papel-da-educacao-como-fundamental-para-portugal_250006.html

domingo, 1 de maio de 2016

Políticas e Problemáticas Educativas na Sociedade Contemporânea 


      Os conceitos de “mudança” e “transformação”, no meu ponto de vista, relacionam-se entre si de uma forma circular, uma vez que a mudança implica uma transformação e esta provoca uma mudança. Entende-se por mudança a modificação de um processo que altera os valores utilizando diferentes formas de inovação e diferentes estratégias. A mudança não pode ser gerida nem controlada devendo ser compreendida, mas pode ser orientada. Já a transformação é provocada através da mudança, já que esta é suportada pela flexibilidade sendo a causa e o efeito da inovação.        Desta forma a transformação permite comunicar a visão de mudança, consolidar os sucessos e produzir mais mudanças, mantendo por base os valores da sociedade contemporânea. Em suma, os conceitos de mudança e transformação, que muitas vezes são utilizados como sinónimos, apresentam-se de forma distinta quanto ao seu significado, no entanto a transformação será sempre uma consequência da mudança.
     As quatro mudanças evidentes da sociedade contemporânea passam por: o desenvolvimento da tecnologia (internet); o processo de globalização; a implementação de políticas ambientais; e multiculturalismo ou pluralismo.
     O desenvolvimento da tecnologia (internet) proporcionou uma nova forma de comunicar, e efetuar as mais diversas pesquisas, sejam estas de âmbito escolar ou pessoal. Atualmente é o meio mais utilizado na comunicação quer entre a população de diferentes faixas etárias e estratos sociais, bem como a nível político e organizacional.
     A mudança no processo de globalização, permitiu a internacionalização de bens e serviços, assim como, uma maior inovação a nível cientifico, económico, social e cultural.
     Por sua vez, o aquecimento global obrigou a mudanças e estratégias na conservação e proteção do planeta. Para tal criou-se políticas ambientais que passam pela utilização de energias renováveis, transformação e materiais com vista a reduzir o impacto ambiental.
    A existência de várias etnias e culturas pode provocar mudanças no conceito de cidadania, criando-se novas formas de integração dos grupos minoritários na sociedade.
     Em relação à internet esta revelou-se uma excelente ferramenta no mundo contemporâneo, pois tornou-se cada vez mais fácil manter-se atualizado sobre variados temas da sociedade em geral, ter notícias a nível global seguindo-as quase ao minuto, os trabalhos de pesquisa ficaram muito mais facilitados, pois com um simples clique somos “bombardeados” com uma mescla de informação, além de que a internet tornou-se importante na proximidade de etnias e culturas, reflexo de multiculturalismo ou pluralismo, bem como permitiu que as pessoas na sua própria casa possam gerir empresas, negócios, estimulando desta forma um tipo de trabalho em rede, sendo isto reflexo de uma verdadeira globalização.
    No que diz respeito à implementação de políticas ambientais produziu um efeito sociológico de preocupação com o ambiente e saúde pública derivado ao tema atual do aquecimento global, isto relacionado com as ações de sensibilização e campanhas governamentais sobre a implementação de políticas ambientais, consciencializando assim a população para a proteção do ambiente.
     Um exemplo de uma mudança social que provocou uma grande alteração no sistema educativo, foi sem dúvida o desenvolvimento das tecnologias da informação que criaram uma nova forma de conhecimento e consequentemente de aprendizagem. Este desenvolvimento permitiu uma “explosão” de conhecimentos e uma mais-valia no processo de aprendizagem como é o caso do e-Learning, (cultura de distância). A tecnologia favoreceu desta forma um sistema educacional para todos, independentemente da idade ou localização geográfica, permitindo um rápido acesso aos mais diversos conteúdos escolares, favorecendo assim uma maior rapidez na troca de informação. A relação entre professor e aluno também sofreu alterações, visto que o professor passa a ser visto de outra maneira deixando de parte a imagem de pessoa autoritária sendo considerado aquele que transmite conhecimento, orientando e motivando os alunos. Mas a Internet pode causar uma dependência extrema no que diz respeito ao campo escolar, pois os jovens perdem a capacidade de desenvolver o pensamento critico.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Conhecimento do Mundo Social e da Vida

O nosso futuro continua ainda uma incógnita, o que fazer o que pensar, como começar? Bem, começar até é fácil mas se for cada um por si nunca mais conseguimos alcançar a meta estipulada que é salvar o planeta por isso temos que mudar. A aplicação de um desenvolvimento sustentável permitirá ao país satisfazer as necessidades da geração, de forma a não comprometer as gerações futuras, com o intuito de utilizar os recursos da terra, preservando desta forma, as espécies e os habitats naturais. Para tal é necessário introduzir em cada país uma política ambiental, económica e social, através da implementação da Agenda 21. Não obstante, o desenvolvimento desta começou a 23 de Dezembro de 1989 com a aprovação das Nações Unidas, embora só tenha sido posta em prática em 1992, sendo um dos principais resultados da conferência ocorrida no Rio de Janeiro, Brasil, identificada como Eco-92, onde foi aprovado um documento que estabelece obrigações, ambientais, aos países lá representados. A introdução destas políticas permitiu uma reflexão sobre o estudo de soluções para os problemas sócio ambientais. Assim, cada país comprometeu-se em desenvolver a sua Agenda 21 tornando possível um maior planeamento das novas políticas ambientais. Desta forma a Agenda 21, permitirá a aplicação de uma política de qualidade provocando uma melhoria continua em vários tópicos, incluindo o Planeamento de Sistema de Sustentabilidade Local com recursos e atribuições de responsabilidades, elaboração de plano de ação, participação pública, revisão, aprovação e divulgação do plano de ação. Desta forma, cabe ao país proceder à Implementação do Plano de Ação que se divide em competências, formação, sensibilização dos recursos energéticos, comunicação e documentação. Verifica-se que é de grande importância caracterizar a Sustentabilidade Local com a aplicação dos seguintes métodos: monitorização do sistema e condições ambientais; aplicação de não conformidades, e como consequência a aplicação de ações corretivas e preventivas; aplicar a prática de auditorias internas, que possam permitir uma revisão dos Sistemas de Sustentabilidade Local, voltando ao princípio de que o país deverá aplicar uma melhoria contínua, estabelecendo uma política de qualidade ambiental. 

terça-feira, 5 de abril de 2016

Portugal vai testar projeto de educação 

lúdica


Um grupo de investigadores portugueses está a ajudar a desenvolver uma plataforma que pretende educar os alunos através de jogos didáticos. Em Portugal, os testes arrancam em 2017.
O projeto BEACONING, que significa “derrubar barreiras educativas através de uma aprendizagem contextualizada, pervasiva e com base em jogos”, tem como premissa ensinar os jovens com recurso a jogos pedagógicos que possam ser usados nas salas de aula.
projeto, avaliado em 5,9 milhões de euros, conta com o apoio de 15 organizações de nove países, sendo o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) o único parceiro português. O instituto agrupa vários docentes da Universidade do Porto (UP), Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e Universidade Aberta (UAb).
O projeto, que conseguiu financiamento através do plano Horizonte 2020 da Comissão Europeia, pretende afirmar-se como um complemento educativo acessível a todos os alunos e professores. António Coelho, investigador do INESC TEC diz que “a ideia é que todos os estudantes, quer tenham algum tipo de necessidade especial ou não, possam usar este jogo e aprender com ele”.
Segundo o investigador, a facilidade na criação dos jogos é um dos trunfos da plataforma. “A ideia é que o professor, com os conhecimentos que tem da matéria, possa gerar esses jogos de forma automática e que estes sejam adaptativos ao local onde são jogados”, explicou ao JPN.
No decorrer do próximo ano, a plataforma vai ser testada em grande escala na Grécia, Turquia, França, Israel e Roménia. Para Portugal, bem como para outros países europeus, estão planeados alguns testes-piloto em menor escala. No entanto, as escolas que vão receber o projeto ainda estão por designar. Para António Coelho, a integração da plataforma nas escolas será fácil, uma vez que “este sistema se pode integrar nos sistemas de gestão de aprendizagem que já existem nas escolas”.
O projeto BEACONING arrancou em janeiro e terá uma duração de três anos. A coordenação entre as organizações envolvidas está a cargo da Coventry University, do Reino Unido.

Artigo editado por Filipa Silva
http://jpn.up.pt/2016/03/31/portugal-vai-testar-projeto-educacao-ludica/

domingo, 6 de março de 2016

Governo quer alunos até ao 9.º ano o dia inteiro na escola


Alargar a escola a tempo inteiro é objetivo para os próximos quatro anos. Pais aplaudem, mas exigem atividades de qualidade
Oferecer aulas de música, teatro ou desporto que mantenham os alunos de todo o ensino básico (até ao 9.º ano) na escola entre as 08.30 e as 19.30 é o objetivo do governo para os próximos quatro anos. O alargamento da escola a tempo inteiro - que já existe no 1.º ciclo - até aos 15 anos é uma medida que os pais, diretores de escolas e especialistas em educação aplaudem. Mas alertam para a necessidade de garantir uma ocupação do tempo de qualidade.
A medida consta do programa de governo do PS e das Grandes Opções do Plano para a legislatura de 2016-2019. Onde o governo escreve que quer levar a cabo a "generalização da Escola a Tempo Inteiro em todo o ensino básico" e se propõe a rever os currículos e a reduzir a "carga disciplinar excessiva dos alunos".
O alargamento das horas que os alunos podem passar na escola torna também mais compatível os seus horários com os dos pais. Assim, defende o documento do programa de governo, que considera importante que "o sistema público assegure uma resposta para os pais cujos horários de trabalho não se compadecem com a permanência na escola apenas durante uma parte do dia".
Mais professores e técnicos
Como esta oferta vai funcionar é que ainda não se sabe. Para já, o Ministério da Educação apenas refere que ainda não começou a negociar este tema. Já que é certo que o alargamento das atividades extracurriculares (AEC) a todos os alunos do ensino básico - cerca de 878 mil alunos, entre o 1.º e o 9.º anos - tem de ser negociada porque vai ser necessário contratar funcionários, professores ou técnicos e até convencer as autarquias a entrarem nesta oferta, à semelhança do que acontece no 1.º ciclo.
O que naturalmente se reflete num esforço financeiro que ainda não está calculado. A título de exemplo a aplicação da escola a tempo inteiro no primeiro ciclo pela ministra Maria de Lurdes Rodrigues, em 2006, representou um investimento na ordem dos 100 milhões de euros. Agora, a ex-ministra admite que os pais podem ser chamados a colaborar neste esforço financeiro.
Uma ideia que a Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) rejeita à partida. "Se é uma resposta pública no âmbito do processo educativo deve ser gratuito. A pagar as famílias já têm resposta, não precisam de mais uma", aponta Jorge Ascenção. O presidente da Confap lembra que este alargamento não deve começar como o do 1.º ciclo que depende do esforço das famílias. "Essa não deve ser a solução, nem o princípio de aplicação da medida."
Mas se a questão do financiamento por parte das famílias não agrada, o mesmo não se pode dizer do programa no seu todo. "Alargar o horário das escolas parece-nos bem, mas não basta apenas isso, é preciso ter uma resposta que seja social, mas também educativa no sentido de investir noutras áreas que não apenas o estudo", defende o representante dos pais.
As escolas também estão a favor do alargamento do horário. No entanto, alertam que para fazer isso com resultados o Estado "vai ter de abrir os cordões à bolsa", aponta Filinto Lima, presidente da Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (Andaep). Este responsável acredita que as câmaras municipais também vão ser chamadas a integrar esta reposta.
Mais tempo a fazer o quê?
A repetir-se o modelo do 1.º ciclo, o objetivo é que os alunos até aos 15 anos possam frequentar, em regime facultativo, 10 horas semanais de AEC. No entanto, "a escola não pode dar mais do mesmo, se não isso não é escola a tempo inteiro. É preciso dar recursos e alterar substancialmente a forma como a escola atual funciona", reconhece Manuel Pereira, diretor e presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE).
A mesma opinião tem Jorge Ascenção que considera que para se oferecer artes, desporto ou música aos jovens é preciso "alterar o status quo da escola que neste momento está centrada nas disciplinas curriculares". "Os pais preocupam-se onde deixar as crianças enquanto trabalham, mas também querem que quem cuida delas o faça com qualidade".
É isso que sublinham os especialistas José Verdasca e José Morgado. O primeiro, ex-diretor regional do Alentejo e professor na Universidade de Évora, acredita que as AECs em todo o básico poderiam ajudar "a descobrir os artistas, os desportistas, os matemáticos e os poetas. Criando uma oportunidade de fomentar o sucesso educativo e não apenas escolar". Já o psicólogo educacional, José Morgado, aponta que os alunos não precisam de mais horas em formato de aulas. "É preciso educação a tempo inteiro, mas não é preciso escola a tempo inteiro."

http://www.dn.pt/portugal/interior/governo-quer-alunos-ate-ao-9o-ano-o-dia-inteiro-na-escola-5022293.html

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

EDUCAÇÃO

Portugal com 4ª maior taxa de abandono escolar precoce da UE, mas a melhorar


Em 2014, Portugal registou a maior taxa de abandono escolar precoce da União Europeia. Contudo, também nesse ano, o indicador teve a sua maior redução desde 2006, diz a Eurostat.
Portugal, com 17,4%, tinha em 2014 a quarta maior taxa de abandono escolar precoce da União Europeia (UE), mas com a maior redução face a 2006, divulga o Eurostat esta segunda-feia.
Segundo o gabinete oficial de estatísticas da UE, a Espanha (21,9%) é o Estado-membro com piores resultados no que se refere à taxa de abandono escolar precoce, seguindo-se Malta (20,4%), Roménia (18,1%), Portugal (17,4%) e Itália (15%).
Segundo o Eurostat, Portugal foi o país que mais reduziu o indicador, sendo que os 17,4% do ano passado são menos de metade dos 38,5% de 2006.
O objetivo nacional português é de ter um máximo de 10% de abandono escolar precoce, o mesmo que o da UE.
No extremo oposto – com as menores percentagens de estudantes que abandonam prematuramente os estudos – estão a Croácia (2,7%), a Eslovénia (4,4%), a Polónia (5,4%), a República Checa (5,5,%) e a Lituânia (5,9%).
A média da UE era, também o ano passado de 11,1%, que compara com os 15,3% de 2006.
Em geral, são mais os rapazes que as raparigas que abandonam precocemente os estudos, tendo, no ano passado, a proporção em Portugal sido de 20,7% face a 14,1% (12,7% de homens e 9,5% de mulheres, na média europeia).
A única exceção a esta tendência verifica-se na Bulgária por uma décima: 12,8% de homens contra 12,9% de mulheres que em 2014 abandonaram precocemente os estudos.
Quinze Estados-membros atingiram já os objetivos nacionais para 2020 neste indicador: a República Checa, a Dinamarca, a Alemanha, a Grécia, a França, a Croácia, a Itália, Chipre, a Letónia, a Lituânia, o Luxemburgo, a Áustria, a Eslovénia e a Suécia.
Outro objetivo definido no âmbito da estratégia da UE para o emprego e crescimento Europa 2020 é a do aumento do número de licenciados.
Portugal teve, no ano passado, 31,1% de pessoas entre os 30 e os 34 anos que terminaram com sucesso o ensino superior, que compara com 12,9% de 2002 e 30% de 2013.
A média da UE para este indicador é de 37,9%, face aos 23,6% de 2002 e aos 37,1% de 2103.
O objetivo nacional para 2020 é de 40%, o mesmo que o da média da UE.
Em 2014, mais de metade da população entre os 30 e os 34 anos concluiu o ensino superior na Lituânia (53,3%), no Luxemburgo (52,7%), em Chipre (52,5% e na Irlanda (52,2%).
No outro extremo da tabela estão a Itália (23,9%), a Roménia (25%), Malta (26,6%), a Eslováquia (26,9%) e a República Checa (28,2%).
Doze Estados-membros já atingiram os seus objetivos nacionais para este indicador: Dinamarca, Estónia, Grécia, Chipre, Letónia, Lituânia, Hungria, Holanda, Áustria, Eslovénia, Finlândia e Suécia.

http://observador.pt/2015/04/20/portugal-4a-maior-taxa-abadono-escolar-precoce-da-ue-melhorar/

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Crianças portuguesas são as que passam mais tempo na escola

Relatório da UNESCO revela que os menores passam 850 a mil horas por ano dentro das salas.

Os alunos portugueses até ao sexto ano são os que permanecem mais tempo na escola - cerca de mil horas por ano -, segundo o relatório da UNESCO, divulgado hoje, que faz uma comparação entre os países da OCDE. 

No capítulo dedicado à qualidade da educação, a UNESCO recorda as recomendações feitas aos países da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), para que as escolas de ensino primário (que a UNESCO define como "primary schools" e que, para o sistema português, inclui os seis primeiros anos de escolaridade) funcionassem entre 850 a mil horas por ano, ou cerca de 200 dias por ano, com semanas de aulas de cinco dias. 

Dados do ano passado revelam que os alunos portugueses, entre os estudantes dos países da OCDE, são os que permanecem mais tempo na escola: cerca de mil horas por semana, lê-se no item intitulado «Fazendo com que todos os minutos dentro da sala de aula contem». 

As escolas dos países da OCDE funcionam, em média, cerca de 800 horas por ano e os alunos húngaros são os que ali permanecem menos tempo (menos de 700 horas anuais). Já os alunos portugueses surgem ao lado dos chilenos, como os que permanecem mais tempo nas escolas. 

Portugal surge ainda entre os 37 países que aumentaram as despesas com a educação pré-primária, no que toca à percentagem do PIB entre 1999 e 2012, segundo o relatório que sublinha que a percentagem ainda é pequena. 

Segundo o relatório «Education for All», que avalia o progresso na educação entre 2000 e 2015, Portugal é um dos países onde se registou um aumento do número de anos que as crianças passaram na pré-primária, passando de cerca de dois anos, em 1999, para quase 2,5 anos, em 2012. 

Portugal surge também como um dos países onde a percentagem de estabelecimentos de ensino privado diminuíram percentualmente em relação ao ensino público: o setor privado representava cerca de metade da oferta em 1999 e, em 2012, passou para pouco mais de 40%. 

O relatório lembra que antes do ensino primário, os professores são normalmente mulheres e os salários são mais baixos do que nos restantes níveis de ensino, apontando Portugal como um dos países que está a trabalhar para acabar com essa desigualdade.
«Austrália, Nova Zelândia, Portugal e o Reino Unido estão a dar passos no sentido de atingir a paridade entre os professores de todos os níveis» de ensino, lê-se no documento.

Sobre a educação inclusiva e a deficiência, o relatório aponta Portugal como um dos países que incentiva a educação inclusiva, contrariamente a países como a Alemanha ou a Bélgica, que ainda contam com infraestruturas de educação especial. 

No que toca ao ensino secundário técnico e profissional, Portugal surge entre os doze países onde o número de alunos matriculados nestes cursos mais aumentou entre 1999 e 2012

Portugal e a Islândia surgem como os dois países da OCDE onde existe uma maior diferença de género, no que toca à conclusão atempada do ensino secundário: as meninas superaram os rapazes em mais de 20%

Sobre essa matéria, o país é também dado como exemplo no que diz respeito aos professores, referindo a elevada presença de mulheres entre a classe docente e a prevalência de homens em cargos de direção das escolas: menos de um terço dos docentes do ensino secundário são homens, mas 61% dos cargos de direção são ocupados por eles

A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) desenvolveu um índice composto para avaliar o progresso dos países na educação, denominado EDI, segundo o qual Portugal integra a lista de 57 países com um elevado nível de desenvolvimento, ocupando o 33.º posto, ficando à frente dos Estados Unidos, Israel, Grécia e Chile e Coreia do Sul. 

O índice pretendia avaliar os 207 países, mas, por dificuldades na recolha de dados, abrange apenas 113.

http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/unesco/criancas-portuguesas-sao-as-que-passam-mais-tempo-na-escola

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Quer um filho mais atento ao mundo? Dê-lhe livros


Uma das maiores e mais prestigiadas ilustradoras dos últimos tempos, a checa Eva Pekárková, resume o valor do livro ilustrado numa frase só. Diz ela que "um livro ilustrado é primeira galeria de arte que uma criança vê". De facto é assim. Mas é ainda muito mais. A ilustração é apelativa por natureza. E é por isso a primeira aproximação da criança ao livro, à história, à fruição e à arte. Nesse sentido funciona como um meio absolutamente livre e de acesso fácil capaz de trabalhar como nenhum outro objeto a educação do gosto.
Num sentido ainda mais lato, a ilustração infantil é uma plataforma essencial para o desenvolvimento da criança, quer em termos cognitivos, quer no que respeita à sua adesão à leitura e à descoberta. É fundamental também para a criação de uma base cultural mais sólida e de um apetite pelo conhecimento.
"A ilustração para a infância tem um papel fundamental na educação do olhar. Se as habituarmos a ver boas imagens, serão adultos com um olhar mais culto", diz Eduardo Filipe, há anos um dos comissários da Ilustrarte, com Ju Godinho.

OS BONECOS QUE NOS MARCARAM

Já vai mais longe e passa à história da ilustração, ou mais precisamente à história dos livros infantis ilustrados: "Os livros ilustrados são chamativos e oferecem à criança duas leituras. Uma é a da história propriamente dita, outra é uma leitura visual dessa mesma história, o que em determinados livros se torna primordial." Vejam-se aqui os exemplos de livros como "O Principezinho", de Antoine de Saint-Exupéry, ou "Alice no País das Maravilhas", de Lewis Carroll, e perceba-se como mais do que tudo são as imagens gravadas na nossa memória que nos fazem lembrar o enredo.
Há modelos mais corriqueiros mas que também fixamos. Os livros da Anita por exemplo, também têm uma imagem de marca, mas são muito mais ligeiros. E por aí fora... "Acho que as crianças têm que ver tudo, ou seja, não deve haver limitações à leitura de diferentes tipos de ilustração, mesmo daquelas que fogem à regra que a Disney praticamente implantou. Há pais que o fazem. Filmes da Disney ou são bons ou são comerciais de mais," adverte Ju Godinho. "Oferecer aos mais pequenos ilustrações variadas é mais racional. Tudo faz parte da formação do gosto. Não nos fez mal ver os livros da Anita, nem da Disney", continua Eduardo Filipe.
Para os dois especialistas em ilustração infantil é de bom senso ver tudo. "Isso aplica-se a qualquer arte. Na música é igual. A criança tem que ser exposta aos mais variados tipos de música. Se só ouvir música pimba, será um jovem adulto que só gosta de música pimba. Tem que se educar naturalmente o gosto, e provavelmente mais tarde ela fará uma escolha." Por que não deixar uma filha ter barbies ou não ter jogos de computador?, questionam. "Tudo faz parte do crescimento e em doses q.b."

A ERA DA IMAGEM

Num tempo em que a leitura está a cair em desuso, em que os tablets e os smatphones tomam o lugar do livro, sabemos que só em certos núcleos familiares, e com algum esforço, eles se tornam um hábito. O que é preciso então para que a ilustração infantil consiga agarrar a criança? "Estamos na era da imagem, sim, a história passou de facto a ser minorada, mas, pelo contrário, a ilustração passou a ter um papel ainda mais decisivo e utilitário." É ela, acreditam Eduardo Filipe e Ju Godinho, que ajuda ainda mais à paixão pelo livro.
E aqui entenda-se o livro como objeto. Livros de autores, livros muito particulares, que levam os pais tantas vezes a perguntar se serão mesmo livros para crianças, pois não os entendem. Estão sempre à espera de modelos mais infantilizados. Só as crianças é que não. "É de criação pura que se trata", diz Eduardo. "E para ela as crianças têm as suas referências muito presentes, através de jogos e brinquedos que têm - e nenhuma imagem as choca. Estão mais abertas e menos condicionadas."

O ANTES E O DEPOIS DA ILUSTRAÇÃO

A evolução na ilustração para a infância deu um salto gigantesco. "Há 20 anos usava-se muito o deformado, imagens deformadas. Agora está a reaparecer o estilizado, a linha, o desenho pela linha, onde nem há o colorido. A gravura está na moda, quer a verdadeira, quer a digital. Isto do ponto de vista da técnica. Quanto às cores, elas são diretas, primárias, não há espaço para matizes", explicam. O que significa que o desenho é mais conceptual, mais depurado do que aquela fantasia a que estávamos habituados.
A casa também está na moda, não será por acaso. O arquétipo de casa é o primeiro desenho que a criança faz: um quadrado com o triângulo e a chaminé. Depois vem a árvore, o sol, flor, a nuvem, o mar, a figura humana.
http://expresso.sapo.pt/sociedade/2016-02-06-Quer-um-filho-mais-atento-ao-mundo--De-lhe-livros


quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Criar hábitos de estudo

As crianças devem ser autónomas no seu quotidiano, designadamente no estudar. Todavia, ensinar, apoiar e estar disponível não é “fazer a papinha” mas sim ajudar os filhos, precisamente, a adquirirem essa autonomia.


Uma das tarefas mais difíceis para um pai é convencer um filho a estudar e a criar hábitos de estudo.
Estudar é muitas vezes visto como um frete porque a questão é mal apresentada – não se estuda para passar nos exames, mas sim para conseguir um dos maiores objetivos do ser humano: o aperfeiçoamento, que dá gozo, prazer, é estimulante, criativo e torna-nos mais livre, porque nos permite mais soluções e opções. Se estudar for assim visto, as crianças estudarão com gosto, pese algumas matérias serem mais interessantes do que outras, ou a criança ter mais apetência para umas ou outras.
Um outro desafio que se apresenta aos pais é explicar aos filhos que estudar não é uma "seca". Mas… será possível tornar o estudo divertido?
É. É possível, desde que se ensine (e se aprenda), desde muito cedo, a ser organizado e metódico, e que uma pessoa será tanto melhor estudante, no sentido lato do termo, e como ser humano, se for completa, eclética e pluripotencial. A tarefa começa, pois, no infantário! Se o estudo for visto como um desafio, como um jogo em que se pretende saber mais, para constatar que menos se sabe e que mais há para aprender, então as crianças gostarão de estudar, mesmo que estejamos perante um paradoxo. É verdade que é um paradoxo, mas um paradoxo gostoso, porque substitui o «só sei que nada sei», num «vou sabendo mais, mas sabendo que há muito mais para saber do que eu pensava». Pelo contrário, se o estudo for visto como um trabalho forçado que visa apenas os quadros de honra ou “ter 5 por ter 5”, então ninguém estudará com interesse.
Os pais devem, assim, ensinar os filhos a ser metódicos e organizados, rigorosos e exigentes consigo próprios, mas a darem o melhor de si e não a compararem-se com os outros ou a serem bons para eles, pais, poderem dizer que têm um filho no quadro de excelência ou de honra, ou seja lá o que for. O bom planeamento está em ver qual a matéria, dividi-la, racioná-la, estabelecer objetivos e ver qual a melhor estratégia para os atingir. É bom todos os dias ler a matéria que foi dada (20 minutos serão o suficiente), não como forma de estudo mas para “puxar” a matéria que foi dada de manhã novamente para o consciente, ir tendo uma ideia, passo a passo, do que se vai dando, e na altura dos testes será muito menor o esforço e mais fácil o estudo, sem ter de prescindir de tudo o resto.
Alguns alunos podem precisar de espaços de calma e vocacionados para estudar, quando os pais e a escola não lhes ensinaram a metodologia do ensino/aprendizagem. Todavia, creio que explicações, no sentido de “mais do mesmo”, é pura perda de tempo e de dinheiro, entedia as crianças, enfurece os pais e desilude os explicadores. Uma criança, desde pequena, deve adquirir autonomia no estudo, o que não quer dizer que os pais não estejam sempre lá para apoio final, revisões, perguntas avulsas, ensinar pequenos truques, averiguar fragilidades, desdramatizar stresses… mas o estudo deve ser pessoal, com boas condições, sem televisão, playstations ou o que seja a interferir e a distrair. Será que os próprios pais sabem ter momentos de calma, rigor e objetividade assim?
Voltarei um dia destes ao tema, com os inefáveis TPCs e os exames. Até lá, estimulem a autonomia dos vossos filhos, mas não se esqueçam que autonomia não é deixar desamparados, é deixar errar para corrigir, é apoiar, é estar disponível e presente, é fazer “sabatinas” e perguntas, sem stresse. Somos pais. Sem sermos “galinhas” temos de estar ao lado das nossas crias. Só assim poderão crescer, ter gosto pelo aperfeiçoamento e pelo saber. Autonomia anda a par e responsabilidade. Direitos andam a par de deveres… mas voltaremos ao tema Educação… porque é pano para mangas. Uma boa semana!
http://www.ionline.pt/artigo/494191/criar-habitos-de-estudo?seccao=Opiniao_i

domingo, 17 de janeiro de 2016

BONS PAIS PREPARAM OS FILHOS PARA OS APLAUSOS, PAIS BRILHANTES PREPARAM OS FILHOS PARA OS FRACASSOS


Excelente este texto de Augusto Cury.
Este hábito dos pais brilhantes contribui para desenvolver: motivação, ousadia, paciência, determinação, capacidade de superação, habilidade para criar e aproveitar oportunidades.
Bons pais preparam seus filhos para receber aplausos, pais brilhantes os preparam para enfrentar suas derrotas. Bons pais educam a inteligência lógica dos filhos, pais brilhantes educam a ssensibilidade.
Estimule seus filhos a ter metas, a procurar o sucesso no estudo, no trabalho, nas relações sociais, mas não pare por aí. Leve-os a não ter medo dos seus insucessos. Não há pódio sem derrotas. Muitos não sobem no pódio, não por não terem capacidade, mas porque não souberam superar os fracassos do caminho. Muitos não conseguem brilhar no seu trabalho porque desistiram nos primeiros obstáculos. Alguns não venceram porque não tiveram paciência para suportar um não, porque não tiveram ousadia para enfrentar algumas críticas, nem humildade para reconhecer suas falhas.
A perseverança é tão importante quanto a habilidade intelectual. A vida é uma longa estrada que tem curvas imprevisíveis e derrapagens inevitáveis. A sociedade nos prepara para os dias de glória, mas são os dias de frustração que dão sentido a essa glória.
Revelando maturidade, os pais brilhantes se colocam como modelos de vida para uma vida vitoriosa. Para eles, ter sucesso não é ter uma vida infalível. Vencer não é acertar sempre. Por isso, eles são capazes de dizer aos filhos: “Eu errei”, “Desculpe-me”, “Eu preciso de você”. Eles são fortes nas convicções, mas flexíveis para admitir suas fragilidades. Pais brilhantes mostram que as mais belas flores surgem após o mais rigoroso inverno.
A vida é um contrato de risco
Pais que não têm coragem de reconhecer seus erros nunca ensinarão seus filhos a enfrentar seus próprios erros e a crescer com eles. Pais que admitem que estão sempre certos nunca ensinarão seus filhos a transcender seus fracassos. Pais que não pedem desculpas nunca ensinarão seus filhos a lidar com a arrogância. Pais que não revelam seus temores terão sempre dificuldade de ensinar seus filhos a ver nas perdas oportunidades para serem mais fortes e experientes. Temos agido assim com nossos filhos, ou desempenhamos apenas as obrigações triviais da educação?
Viver é um contrato de risco. Os jovens precisam viver este contrato apreciando os desafios e não fugindo deles. Se eles se intimidarem diante das derrotas e dificuldades, o fenômeno RAM registrará em sua memória milhares de experiências que financiarão o complexo de inferioridade, a baixa autoestima e o sentimento de incapacidade. Qual é a consequência?
Um jovem que tem baixa autoestima se sentirá diminuído, inferiorizado, sem capacidade para correr risco e para transformar suas metas em realidade. Poderá viver um envelhecimento emocional precoce. A juventude deveria ser a melhor época do prazer, embora tenha suas inquietações. Mas muitos são velhos no corpo de jovens. Ser idoso não quer dizer ser velho. Aliás, muitos idosos, por serem felizes e motivados, são mais jovens na sua emoção do que grande parte dos jovens da atualidade.
Qual é a característica de uma emoção envelhecida, sem tempero e motivação? Incapacidade de contemplação do belo e uma capacidade intensa de reclamar, pois nada satisfaz prolongadamente. Reclamar do corpo, da roupa, dos amigos, da falta de dinheiro, da escola e até de ter nascido.
A capacidade de reclamar é o adubo da miséria emocional e a capacidade de agradecer é o combustível da felicidade. Muitos jovens fazem muitas coisas para ter uma migalha de prazer. Eles mendigam o pão da alegria, mesmo morando em palácios. Os jovens que se tornam mestres em reclamar têm grande desvantagem competitiva. Dificilmente conquistarão espaço social e profissional. Alerte-os!
Como os jovens entendem o que é a memória dos computadores, compare-a com a memória humana. Diga-lhes que toda reclamação é acompanhada de um alto grau de tensão, que, por sua vez, sofre um arquivamento privilegiado pelo fenômeno RAM na memória, que lentamente destrói o júbilo da emoção. Os melhores anos da vida são sufocados. Pouco a pouco, eles perdem o sorriso, a garra, a motivação.
Descobrindo a grandeza das coisas anônimas
Leve seus filhos a encontrar os grandes motivos para serem felizes nas pequenas coisas. Uma pessoa emocionalmente superficial precisa de grandes eventos para ter prazer, uma pessoa profunda encontra prazer nas coisas ocultas, nos fenômenos aparentemente imperceptíveis: no movimento das nuvens, no bailar das borboletas, no abraço de um amigo, no beijo de quem ama, num olhar de cumplicidade, no sorriso solidário de um desconhecido.
Felicidade não é obra do acaso, felicidade é um treinamento. Treine as crianças para serem excelentes observadoras. Saia pelos campos ou pelos jardins, faça-as acompanhar o desabrochar de uma flor e descubra juntamente com elas o belo invisível. Sinta com seus olhos as coisas lindas que estão a seu redor.
Leve os jovens a enxergar os singelos momentos, a força que surge nas perdas, a segurança que brota no caos, a grandeza que emana dos pequenos gestos. As montanhas são formadas por ocultos grãos de areia. As crianças serão felizes se aprenderem a contemplar o belo nos momentos de glória e de fracassos, nas flores das primaveras e nas folhas secas do inverno. Eis o grande desafio da educação da emoção!
Para muitos, a felicidade é loucura dos psicólogos, delírio dos filósofos, alucinação dos poetas. Eles não entenderam que os segredos da felicidade se escondem nas coisas simples e anônimas, tão distantes e tão próximas deles.
Augusto Cury (2015). “Bons pais preparam os filhos para os aplausos, pais brilhantes preparam os filhos para os fracassos.”

Inclusão social

                        Inclusão social  nclusão social  é o conjunto de meios e ações que combatem a exclusão aos benefícios da  vida  em  ...