terça-feira, 28 de abril de 2015

Psicologia do  Desenvolvimento

1-O desenvolvimento humano tem sido foco de muitos estudos em várias áreas da psicologia, sendo um processo complexo e de constante evolução no ciclo da vida, com constantes mudanças na estrutura, pensamento e comportamento. Essas mudanças resultam numa reorganização interna, em estádios de desenvolvimento. 
A psicologia do desenvolvimento é a área das ciências humanas que se dedica ao estudo do desenvolvimento humano e em particular ao da criança. Tem como objeto de estudo as etapas do ciclo de vida, o seu desenvolvimento psicológico e biológico, e a interatividade entre o sujeito e o meio que o rodeia.
Quando uma criança nasce chega ao mundo com estruturas que lhe permitem ver, ouvir, saborear, cheirar e sentir o toque, no entanto ainda se apresenta fisicamente imatura e dependente, sendo as suas capacidades cognitivas limitadas.
Nos primeiros meses de vida as crianças apresentam diversos reflexos combinados entre si, desta forma acredita-se que esta atividade reflexa possui um valor adaptativo uma vez que permite a sobrevivência do recém-nascido e à sua adaptação ao meio. Outra fase que acontece nos primeiros anos de vida desenvolve múltiplas capacidades cognitivas resultando da crescente curiosidade pelo meio e pela respetiva necessidade de comunicação. Nesta faze de cognição a criança desenvolve esquemas mentais, tais como a inteligência, a aprendizagem, a memória, a linguagem, os factos e os conceitos.
Um dos primeiros autores a defender o papel ativo do recém-nascido no processo de aprendizagem e no consequente desenvolvimento cognitivo foi Jean Piaget. Piaget, considera que a criança é um ser ativo e criativo na construção e interpretação da realidade e do conhecimento, permitindo uma adaptação cada vez melhor ao ambiente que a rodeia. O desenvolvimento cognitivo (desde o nascimento até aos 18-24 meses) é o estádio sensoriomotor que depende da Inteligência sensório-motora e da perceção e atividade percetiva. Nesta fase, a criança aprende acerca de si própria e do mundo através do desenvolvimento da atividade sensorial e motora, sendo caraterizada por uma inteligência prática aplicada à resolução de problemas, tais como, procurar um brinquedo, atirar um objeto… Esta fase, é então uma inteligência anterior à linguagem e ao pensamento que a potencia (perceção e movimento). A inteligência sensório-motor, através de seu próprio funcionamento, propícia a organização do real ao construir as grandes categorias da ação: os esquemas do objeto permanente, do espaço e do tempo, e da causalidade.
Desta forma o esquema sensório-motor está presente nas três fases de desenvolvimento das formas de evolução cognitiva (nas formas iniciais que são constituídas por estruturas de ritmos; nas formas posteriores que são constituídas por regulações diversas que dependem de esquemas múltiplos; nas formas mais desenvolvidas que abarcam um princípio de reversibilidade, origem das futuras 'operações' do pensamento, mas já presentes no nível sensório-motor).
A existência de um meio com necessidade de ação e interação, provocam nas crianças que nele habitam um desenvolvimento psicossocial. Simultaneamente com a interação com o meio e de forma gradual e progressiva a criança começa a compreender o seu género sexual e o dos outros. O meio em que a criança está envolvida também provoca o desenvolvimento da sua personalidade e o processo de vinculação entre a criança outro individuo que lhe é próximo. O desenvolvimento psicossocial depende de sentimentos de confiança e de desconfiança (do nascimento aos 18 meses) e por crises de autonomia em relação a dúvida e vergonha (dos 18 meses aos 3 anos).
Enquanto educador, gostaria de trabalhar com crianças na faixa etária entre os 0 meses e os 2 anos, porque é a faixa etária correspondente ao período sensoriomotor de Piaget. Nesta faixa etária podemos recorrer a diversos testes com vista a construir a noção de objeto permanente na criança (aos 18 meses), onde por exemplo ao tapar um brinquedo com uma fralda, será de esperar que se a criança adquira a noção de objeto perceba que o objeto foi escondido e não comece a chorar. Verificar se a criança possui capacidades de agarrar e puxar um brinquedo. Estimular a linguagem entre os 10 e 14 meses.
Em suma é de esperar que o desenvolvimento da criança se realize por etapas consecutivas onde em todas elas exista a capacidade de adaptação por parte das mesmas.

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