sexta-feira, 12 de junho de 2015

Psicologia do desenvolvimento

O artigo Verrissimo, M.; Santos, A. J. (2008). Desenvolvimento social: Algumas Considerações teóricas, Análise Psicológica, 3 (XXVI): 389-394.
O desenvolvimento humano refere-se ao desenvolvimento mental e ao crescimento orgânico. O desenvolvimento mental é uma construção contínua. Estas são formadas de organização da atividade mental que vão-se aperfeiçoando e se solidificando até à idade adulta. Algumas dessas estruturas mentais permanecem ao longo de toda a vida. O processo do desenvolvimento humano carateriza-se por mudanças contínuas e reestruturações internas provocadas por diversos fatores. Esse desenvolvimento prevê uma estrutura interna que se desenvolve no tempo através diferentes estádios que se dá a evolução humana, onde cada estádio apenas se desenvolve, como consequência da finalização do estádio anterior. Segundo as teorias do desenvolvimento humano existem fatores de genéticos e do meio que condicionam o desenvolvimento. Os primeiros psicólogos, que se debruçaram na psicologia do desenvolvimento, adotaram uma visão diferente, onde em vez de tentar descobrir a contribuição relativa de fatores genéticos e ambientais no desenvolvimento humano, estes psicólogos argumentaram que ambos atuam em conjunto, pois um dos primeiros investigadores do desenvolvimento da criança, propôs que o comportamento, deve ser entendido através da interação entre o fator biológico e o fator ambiental. A adaptação comportamental constitui então um produto de forças sociais e biológicas, que promovem níveis crescentes de adaptação individual. Defendendo a mesma teoria, Baldwin, afirma que entre as diversas características pessoais e experiências sociais realça-se a importância dos parceiros sociais na construção da personalidade da criança.
De acordo de acordo com este psicólogo, a criança é o mesmo tempo um arquiteto e um produto das estruturas sociais que o rodeiam, ou seja, é a criança que tem as capacidades de criar a sua estrutura psicológica, sendo o desenvolvimento psicológico o resultado da ação entre a biologia e as influências sociais. Em 1991, Gottlieb, propôs que o crescimento de cada individuo, é determinado pelo genótipo da criança, pelas vivências, e também por acontecimentos mediáticos do contexto desenvolvimento. De acordo com Gottlied, os genes possuem a capacidade do comportamento, então as condições ambientais também regulam a expressão genética. Ou seja, toda a informação que é fornecida à criança em crescimento, tanto é obtida através do fator genético, como pelo fator sociocultural, mas também os autores sublinham o facto, que o ambiente social, não é apenas um suporte, mas é considerado um como algo construtivo e informativo. A questão de associar uma perspetiva bio-social, na psicobiologia do desenvolvimento, vem permitir aumentar as perspetivas desenvolvimentais, dando enfase a contextos socio-ecológicos particulares.
As origens socioculturais do desenvolvimento cognitivo, segundo Vygotsy (1930), a experiência cognitiva da criança está socialmente associada, dado que, esta ocorre em primeiro lugar num contexto interpessoal e só depois se torna integrada num plano psicológico pessoal. Da mesma forma, Vygotsky acreditava, que o conhecimento provinha numa fase inicial do contexto interpessoal, antes de ser interiorizado e adquirido pela criança.
As crianças são totalmente dependentes dos outros indivíduos, para desenvolverem a capacidade, do pensamento e das ações, ou seja, os adultos constituem uma base, provocando a capacidade das crianças se tornarem cada vez mais capazes de se autorregularem. Desta feita, tal como acontecia na perspetiva de Piaget, o desenvolvimento de uma criança depende das relações interpessoais, enquanto a força principal da o desenvolvimento cognitivo da criança. Desta feita, também Youniss (concordando com Piaget), afirma que o desenvolvimento cognitivo acontece de forma mais rápida quando acontece no meio de relações interpessoais íntimas e próximas. Ou seja, as relações próximas, e no caso particular a amizade entre pares, fornecem contextos importantes que possuem a capacidade de moldarem o desenvolvimento afetivo e cognitivo.
Em 1978, Bronfenbrenner, clarificou a teoria ecológica da condição humana, onde o desenvolvimento, provem de processos gradualmente mais complexos, com interação recíproca entre o organismo bio-social ativo, outras pessoas, objetos e símbolos que envolvem a criança. Desta forma, Bronfenbrenner propõem que existem variáveis capazes de influenciar o desenvolvimento humano (Pessoa, Processo, Contexto, e Tempo).

Também para este Psicólogo, a teoria ecológica de Bronfenbrenner, o desenvolvimento de uma criança necessita de ser moldado pela interação entre o individuo e o ambiente, sendo necessário um tratamento mais rigoroso de diversos fatores que possuem a capacidade de modelar a adaptação da criança.

Conclusão
 Como forma conclusiva, os processos de desenvolvimento não podem ser compreendidos através de análises singulares e isoladas de aspetos pré-selecionados do funcionamento social, psicológico ou biológico. Desta forma, é de extrema importância o uso de diferentes trajetórias, com diferentes variáveis, de modo a alterar as categorias empíricas, permitindo encontrar teorias para o desenvolvimento cognitivo das crianças.

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