Psicologia do desenvolvimento
O
artigo Verrissimo, M.; Santos, A. J. (2008). Desenvolvimento social: Algumas Considerações teóricas, Análise Psicológica,
3 (XXVI): 389-394.
O
desenvolvimento humano refere-se ao desenvolvimento mental e ao crescimento
orgânico. O desenvolvimento mental é uma construção contínua. Estas são
formadas de organização da atividade mental que vão-se aperfeiçoando e se solidificando
até à idade adulta. Algumas dessas estruturas mentais permanecem ao longo de
toda a vida. O processo do desenvolvimento humano carateriza-se por mudanças
contínuas e reestruturações internas provocadas por diversos fatores. Esse
desenvolvimento prevê uma estrutura interna que se desenvolve no tempo através
diferentes estádios que se dá a evolução humana, onde cada estádio apenas se
desenvolve, como consequência da finalização do estádio anterior. Segundo as
teorias do desenvolvimento humano existem fatores de genéticos e do meio que
condicionam o desenvolvimento. Os primeiros psicólogos, que se debruçaram na
psicologia do desenvolvimento, adotaram uma visão diferente, onde em vez de
tentar descobrir a contribuição relativa de fatores genéticos e ambientais no desenvolvimento
humano, estes psicólogos argumentaram que ambos atuam em conjunto, pois um dos
primeiros investigadores do desenvolvimento da criança, propôs que o
comportamento, deve ser entendido através da interação entre o fator biológico
e o fator ambiental. A adaptação comportamental constitui então um produto de
forças sociais e biológicas, que promovem níveis crescentes de adaptação
individual. Defendendo a mesma teoria, Baldwin, afirma que entre as diversas
características pessoais e experiências sociais realça-se a importância dos
parceiros sociais na construção da personalidade da criança.
De
acordo de acordo com este psicólogo, a criança é o mesmo tempo um arquiteto e
um produto das estruturas sociais que o rodeiam, ou seja, é a criança que tem
as capacidades de criar a sua estrutura psicológica, sendo o desenvolvimento
psicológico o resultado da ação entre a biologia e as influências sociais. Em
1991, Gottlieb, propôs que o crescimento de cada individuo, é determinado pelo
genótipo da criança, pelas vivências, e também por acontecimentos mediáticos do
contexto desenvolvimento. De acordo com Gottlied, os genes possuem a capacidade
do comportamento, então as condições ambientais também regulam a expressão
genética. Ou seja, toda a informação que é fornecida à criança em crescimento,
tanto é obtida através do fator genético, como pelo fator sociocultural, mas
também os autores sublinham o facto, que o ambiente social, não é apenas um
suporte, mas é considerado um como algo construtivo e informativo. A questão de
associar uma perspetiva bio-social, na psicobiologia do desenvolvimento, vem
permitir aumentar as perspetivas desenvolvimentais, dando enfase a contextos
socio-ecológicos particulares.
As
origens socioculturais do desenvolvimento cognitivo, segundo Vygotsy (1930), a experiência
cognitiva da criança está socialmente associada, dado que, esta ocorre em
primeiro lugar num contexto interpessoal e só depois se torna integrada num
plano psicológico pessoal. Da mesma forma, Vygotsky acreditava, que o
conhecimento provinha numa fase inicial do contexto interpessoal, antes de ser
interiorizado e adquirido pela criança.
As
crianças são totalmente dependentes dos outros indivíduos, para desenvolverem a
capacidade, do pensamento e das ações, ou seja, os adultos constituem uma base,
provocando a capacidade das crianças se tornarem cada vez mais capazes de se autorregularem.
Desta feita, tal como acontecia na perspetiva de Piaget, o desenvolvimento de
uma criança depende das relações interpessoais, enquanto a força principal da o
desenvolvimento cognitivo da criança. Desta feita, também Youniss (concordando
com Piaget), afirma que o desenvolvimento cognitivo acontece de forma mais
rápida quando acontece no meio de relações interpessoais íntimas e próximas. Ou
seja, as relações próximas, e no caso particular a amizade entre pares,
fornecem contextos importantes que possuem a capacidade de moldarem o
desenvolvimento afetivo e cognitivo.
Em
1978, Bronfenbrenner, clarificou a teoria ecológica da condição humana, onde o
desenvolvimento, provem de processos gradualmente mais complexos, com interação
recíproca entre o organismo bio-social ativo, outras pessoas, objetos e
símbolos que envolvem a criança. Desta forma, Bronfenbrenner propõem que existem
variáveis capazes de influenciar o desenvolvimento humano (Pessoa, Processo, Contexto,
e Tempo).
Também
para este Psicólogo, a teoria ecológica de Bronfenbrenner, o desenvolvimento de
uma criança necessita de ser moldado pela interação entre o individuo e o
ambiente, sendo necessário um tratamento mais rigoroso de diversos fatores que
possuem a capacidade de modelar a adaptação da criança.
Conclusão
Como forma conclusiva, os processos de
desenvolvimento não podem ser compreendidos através de análises singulares e
isoladas de aspetos pré-selecionados do funcionamento social, psicológico ou
biológico. Desta forma, é de extrema importância o uso de diferentes
trajetórias, com diferentes variáveis, de modo a alterar as categorias
empíricas, permitindo encontrar teorias para o desenvolvimento cognitivo das
crianças.
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