segunda-feira, 29 de junho de 2015

Psicologia do Desenvolvimento

A psicologia do desenvolvimento tem por base o estudo da forma como nos desenvolvemos ao longo da vida e analisa as mudanças qualitativas e quantitativas presentes ao longo da mesma. Desta feita, é de grande importância estudar e sobretudo compreender a forma como o comportamento e os processos se alteram ao longo da vida. Como exemplo, existem os fatores físicos, biológicos, cognitivos, afetivos e sociais, que são capazes de influenciam as várias fases do crescimento e do desenvolvimento, que sofrem do tempo de vida de todo o processo de desenvolvimento, ou seja, ao longo de toda a vida, ou seja o desenvolvimento, não ocorre apenas na idade juvenil, não é estático1. Assim sendo, a psicologia do desenvolvimento atua na área de conhecimento onde de acordo com Piaget, a construção do desenvolvimento mental ocorre através do meio, e todo o conhecimento se inicia com um ponto anterior, ou seja, é a interação com o meio que permite construir um conhecimento levando em consideração todo o conhecimento anterior adquirido. Para Piaget qualquer indivíduo aprende com a interação com o outro, destacando a interação entre parceiros e a maturação, pois é diante da interação que o indivíduo desenvolve a sua inteligência e se apropria de conhecimentos de sua herança social, ou seja, de acordo com o meio em que vive desenvolve novas perceções e interage aprendendo. No episódio de interação entre crianças, há um confronto e perspetivas de desordem na resolução de um problema. Ou seja, este conflito implica em um processo de reorganização cognitiva do indivíduo. Para o psicólogo Lev Semenovitch Vygotsky, a cultura é um elemento constituinte do desenvolvimento do ser humano, ou seja, o seu desenvolvimento se relaciona ao meio e a interação da cultura que vivencia, o mesmo atribui a interação social como um papel constitutivo para construir conhecimentos superiores, assim uma criança que não possui interação com estruturas cognitivas mais exigentes dificilmente irá desenvolver tais habilidades.
Desta forma, o ser humano ao captar os estímulos que obtém do meio ambiente e com o capital hereditário que possui, vai-se acomodando ao mundo. A interação que se estabelece entre o nosso interior e o exterior vai consolidando as aprendizagens e construindo a nossa identidade, por vezes de forma progressiva e acumulativa, onde a quantidade de estímulos é importante para a transformação. Também essas mudanças se podem dar de forma descontinuada em que, as ações deem origem a formas de agir, pensar e sentir diferentes e onde a “diferença” seja apreendida de modo qualitativo.
Então, não apenas a personalidade, mas como também a Educação, deverá ser também alvo de investigação, sobre a sua evolução, por forma a conseguir-se uma construção contínua da pessoa humana, do seu saber e das suas aptidões. A evolução rápida da sociedade alargou o conceito da educação muito para além do designado por período escolar, uma vez que este período é insuficiente e sobretudo porque deve haver uma atualização contínua dos conhecimentos. Esta educação contínua permite ao ser humano desenvolver a consciência de si próprio e do meio que o envolve para que possa desta forma desempenhar o papel social que lhe cabe no mundo do trabalho e na comunidade. Quando se utiliza o termo educação, é necessário ter em conta, que este termo não deve ser restringido apenas aos conhecimentos e conteúdos académicos, mas sim a todas as convivências adquiridas com a aprendizagem com os outros que possam colmatar em aprendizagem e consequentemente em educação3. A educação deverá ser responsável por despertar a curiosidade, desenvolver a autonomia e estimular o rigor intelectual de modo a que se criarem condições para saber aprender a aprender. Sendo, uma das condições principais para que se possa efetivar uma educação ao longo de toda a vida é ter gosto por aprender. Desde os primeiros contactos com o mundo devemos proporcionar estas condições, porque quanto mais se sabe mais se gosta de saber e isso nos proporciona uma confiança, tranquilidade e segurança, proporcionando-nos uma melhor qualidade de vida.
Olhando agora para a fase mais conhecida da educação, educação escolar, no decorrer do último século, existiu o aparecimento de três grandes conjuntos de teorias psicológicas, que vêm refletir a maneira como os psicólogos vêm o papel da escola no desenvolvimento humano.
Para alguns a escola constitui um lugar de excelência, que por sua vez é capaz de reunir bastantes crianças com diferentes característica no mesmo espaço, ou seja, a escola possui um lugar privilegiado, é neste campo que se inserem as conceções behavioristas e piagetianas. Uma outra conceção (conceção de Vygotsy), já acima referida, encara a psicologia do desenvolvimento e a Educação, como um trabalho realizado dentro das salas de aula no processo ensino-aprendizagem, favorecendo o desenvolvimento psicológico em aspetos sociais, afetivos e cognitivos. A última conceção que correlaciona a psicologia do desenvolvimento e a Educação, defende que a escola não é um elemento decisivo para o desenvolvimento psicológico, podendo até mesmo atrapalhá-lo. Inserem-se claramente dentro desta conceção as críticas de Rogers que ele denomina de escola tradicional e algumas vertentes da psicanálise4. É devido à estas diferentes capacidades de avaliar a psicologia do desenvolvimento e a educação que surgem três grupos de teorias psicológicas aplicadas ao ensino, o behaviorismo, o cognitivismo e o humanismo.
A teoria do behaviorismo constitui uma tentativa de compreender o comportamento em termos das relações entre os estímulos observáveis (meio ambiente) e respostas observáveis (ações comportamentais) e (teoria do comportamento utilizando animais e seres humanos nas suas espectativas). Esta teoria estimulou o aparecimento de uma tecnologia educacional que desenvolveu um conjunto variado de instrumentos para auxiliar o professor a resolver os múltiplos problemas de sala de aula. De acordo com o behaviorismo, e segundo Mizukami (1986)5 no ensino-aprendizagem os comportamentos dos alunos são adquiridos e mantidos por condicionamentos, reforço, e punições, tais como, elogios, graus, classificações, prestigio, vantagens da futura profissão, aprovação final do curso, estatuto social… Aqui, o professor é considerado o transmissor de informação e conhecimento ao aluno, sendo responsável por programar e estruturar as condições de transmissão desse conteúdo5.
A conceção cognitivista enfatiza os processos internos através dos quais o mundo exterior é representado dentro do organismo. Nesta teoria, na qual se destacou Piaget, o conceito de educação apropriada ao desenvolvimento, isto é, uma educação em que os meios, os currículos, os materiais e os ensino, são adaptado aos estudantes e às suas capacidade físicas e cognitivas e às suas necessidades sociais e emocionais. O psiquismo humano passou a ser visto como um organismo recetor, emissor e tratador de informação, e que, portanto, possui processamentos que apresentam características específicas suscetíveis e serem explicadas e preditas. Desta feita, a psicologia cognitiva identifica o individuo como um sistema ativo no seu ambiente, e no ambiente de inter-relacionamento professor-aluno em especial, sistema este que possui mecanismo de autorregulação e de retroação tipicamente cibernéticos, que podem inclusive apresentar défices nestes mecanismos e naqueles de tratamento da informação5.
Finalmente a teoria humanista, analisa fundamentalmente os aspetos afetivos da aprendizagem. Nesta teoria, o objeto central serão os aspetos não-cognitivos, onde o ser humano é visto como possuindo um potencial a ser desenvolvido, com uma natureza que tende naturalmente para a autorrealização desde que possa desenvolver-se em ambiente não-punitivo e não restritivo4. De acordo com Carl Rogers, a pessoa deverá ser valorizada, detentora de um potencial de crescimento pessoal, com capacidade para se desenvolver numa busca contínua de autorrealização e autoestima. 

Sem comentários:

Enviar um comentário

Inclusão social

                        Inclusão social  nclusão social  é o conjunto de meios e ações que combatem a exclusão aos benefícios da  vida  em  ...