terça-feira, 5 de maio de 2015

Pedagogia do Ócio e dos Tempos Livres
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            Ao longo dos tempos a definição de Ócio tem sofrido algumas alterações, no entanto a definição de Ócio, entende-se como uma resposta pessoal a actividades que se podem realizar durante o tempo livre proporcionando satisfação pessoal, renovação e prazer. Não obstante, o objecto de estudo da Pedagogia do Ócio e dos Tempos Livres não vem apenas clarificar os conceitos de Ócio e de tempo livre e a sua relação epistemológica, mas também a sua implementação na realidade social, cultural, educacional a todos os seres humanos.
O tempo livre que um individuo possui, caracteriza-se como sendo o primeiro e imprescindível requisito do Ócio. É o tempo que nos resta quando se subtrai o tempo de trabalho e/ou escolar, desta forma podemos afirmar que sem tempo livre é impossível a existência de Ócio. Já o Ócio, constitui-se como uma conquista de cada individuo, que é alcançada como resultado da expressão livre, criativa e satisfatória do sujeito, depois do trabalho e/ou educação. Desta forma o Ócio existe quando um individuo possui a descanso, divertimento, desenvolvimento, habitação, alimentação, integração e justiça social. Assim sendo, podemos afirmar que o Ócio consiste em viver livremente o tempo livre.
O Ócio refere-se a uma área específica da experiência humana, tendo benefícios próprios, entre eles a liberdade de votar, a criatividade, a satisfação, o desfrutar do tempo livre proporcionando prazer e felicidade. Compreende formas de expressão ou actividades, de natureza física, intelectual, social, artística ou espiritual. O Ócio proporciona uma saúde boa no geral e um bem-estar ao oferecer várias oportunidades que permitem aos sujeitos seleccionar actividades e experiências que se ajustem às suas próprias necessidades, interesses e preferências. As pessoas conseguem o seu potencial máximo de Ócio quando participam nas decisões que determinam as condições do seu Ócio. O Ócio é um direito humano básico, como a educação, o trabalho, a saúde e ninguém deveria ser privado deste direito por questões de género, orientação sexual, idade, raça, religião, crença, nível de saúde, incapacidade ou condição económica, da mesma forma o tempo livre também constitui-se como um direito básico do ser humano. A falta de Ócio e de lazer numa sociedade podem provocar um aumento da insatisfação, do stress, da angústia, da falta de actividade física, da falta de criatividade e do isolamento das pessoas. Uma vez que o Ócio, é visto como sendo um serviço social importante, como a Saúde e a Educação, as autarquias deverão possibilitar à sociedade o Ócio, bem como as escolas, deveriam dar um sentido pedagógico ao tempo do Ócio e não apenas formar pessoas para o mundo do trabalho, é por esta razão que surgiram instituições pedagógicas que a substituem de certa forma nessa tarefa como: colónias de férias, centros de verão, ATL, etc.. Certas instituições, como Câmaras Municipais, Casas do Povo, Escolas, entre outras, devem oferecer, oportunidades adequadas para o desenvolvimento de líderes e educadores de Ócio e Tempo Livre.
Sendo assim, conclui-se que o Ócio é de extrema importância, uma vez que promove a satisfação pessoal, o desenvolvimento das relações interpessoais, a integração familiar e social, o entendimento e a cooperação internacionais e o fortalecimento das identidades culturais, bem como contribui para o aumento do rendimento na escola e/ou no trabalho.

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