Psicologia do Desenvolvimento
Hoje em dia, existe um número considerável de idosos na
nossa sociedade, onde se pode afirmar que a Esperança Média de Vida está cada
vez mais a aumentar. No entanto, ainda subsiste uma conceção negativa em
relação ao estágio da velhice, ou seja, a população idosa é vista como sendo um
grupo de humanos carregado de défice e incapacidade, sendo as suas aptidões
físicas, cognitivas e emocionais diminutas. Por isso torna-se necessário
aprofundar o fenómeno de velhice, pois sendo a população idosa maioritária na
nossa sociedade, à que saber valorizá-la e aproveitar os seus saberes,
contribuindo assim para o crescente desenvolvimento da mesma. Atualmente têm
sido realizados diversos estudos que pretendem destruir mitos e preconceitos na
3ª idade.
Não obstante, o envelhecimento
trata-se de um processo ou grupo de processos que ocorrem num indivíduo, e que
com a passagem dos anos leva a uma crescente perda de adaptabilidade, ao défice
funcional e consequentemente à morte.
Com estas mudanças a capacidade de um indivíduo
manter a homeostasia sob condições de stress fisiológico é diminuta, provocando
no mesmo um aumento da vulnerabilidade.
O envelhecimento é um processo muito complexo, que
resulta da interação de fatores extrínsecos (meio envolvente) e intrínsecos
(genéticos). Deste modo podemos considerar o envelhecimento de três maneiras:
cronológico; psicológico e biológico.
Envelhecimento cronológico, é caracterizado pelo
número de aniversários celebrados por uma pessoa.
Envelhecimento psicológico, manifesta-se através das
atitudes do indivíduo e da sociedade no que concerne ao fenómeno de
envelhecimento.
Por último, o Envelhecimento biológico,
caracteriza-se pelo acumular de todas as mudanças que ocorrem num organismo
vivo com a passagem dos anos. A este tipo de envelhecimento está inerente as
seguintes características: é universal (porque afeta todos os indivíduos);
progressivo (uma vez que o processo de envelhecimento é contínuo), vulnerável
(embora o envelhecimento não seja considerado uma patologia, o certo é que o
indivíduo torna-se mais vulnerável face ás mudanças que ocorrem) e inevitável
(independentemente do estilo de vida, mais cedo ou mais tarde sucedem-se
mudanças fisiológicas no organismo). O processo de envelhecimento é vivido de
forma diferente por cada individuo, para alguns pode ser vivido mais cedo, ou
seja, antes da data estipulada para o estágio de velhice, mas ao mesmo tempo
para outros o declínio físico ou mesmo psicológico pode vir a ser vivenciado
muito mais tarde, ou seja, serão os estilos de vida, os acidentes ao longo da
vida, determinadas doenças, predisposição genética, fatores de stress ao longo
da vida que determinarão o processo de envelhecimento. A velhice enfrenta
diversos obstáculos, tais como a reforma, a perda de algum parente, e o estado
de saúde, que por si só podem conduzir a sentimentos de vazio e de depressão. No
entanto, é de referir que a perda de algum parente ou perda de alguma relação
significativa pode acontecer em qualquer idade. A reforma constitui a mudança
de estatuto e pode ser vivenciada de diversas formas por cada individuo, tal
como referencia Erikson em relação ao último estágio do desenvolvimento humano
da sua teoria, onde a velhice enfrenta um conflito psicossocial da integridade
vs desespero . Para uns, representa uma situação indefinida, perda de produção
e criação, provocando sentimentos de baixa auto estima, mas para outros a
reforma é vivida como fonte de oportunidade, para usufruir de uma pensão satisfatória
vivenciando novas experiências que com o trabalho nunca conseguiriam.
Para contornar situações de depressão e de vazio, a
sociedade permite ao idoso ter um espaço onde este possa ter um papel ativo,
desempenhando as suas capacidades, e proporcionando relacionamentos
interpessoais, como é o caso de Centros de Dia. De facto do ponto vista
fisiológico a possibilidade de morte, está mais ligada ao estágio da velhice,
mas pode acontecer em qualquer idade. Desta forma, é de referir que nem todos
os idosos vivem preocupados com esta questão, sendo por vezes menos preocupados
que os jovens adultos. Existem casos de idosos extremamente ativos, que se
encontram ajustados psicologicamente, ou seja, que possuem planos para a vida
futura e com isso sentem que controlam sua vida, no entanto são mais
preocupados em relação à questão da morte, mas capazes de a compreender.
Desta forma a velhice constitui uma etapa, ainda em
conhecimento, que se encontra a ser investigada, onde os idosos deverão ser
respeitados pela sua sabedoria e conhecimentos.
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